Uma daquelas fotos memoráveis. O dia em que falei com Alan Parsons. Quando soube que ele ia dar um show em Fort Lauderdale, não hesitei, corri para comprar o ticket.
Eu e Alan Parsons após o show na sessão de autógrafos em Fort Lauderdale, Flórida
Apesar da distância, de Miami onde eu morava até lá, era chão e eu não tinha carro. Resolvi ir de trem Amtrak, rapidinho. Tem a viagem pelo trem expresso em meia hora e a de uma hora. Optei pela segunda para aproveitar mais e curtir a paisagem.
Lembro que estava muito frio, apesar do sol, fevereiro é o mês do auge do inverno nos Estados Unidos. Mesmo em se tratando da Flórida, sul do país onde os termômetros são mais favoráveis, aquele dia estava frio para aquela região, uns 13 graus, que já é brabo para aquelas bandas no estado das laranjas.
Era uma segunda-feira, 18 de fevereiro, eu cheguei muito cedo e fui dar uma voltinha ao redor do teatro onde aconteceria o show, Parker Playhouse com uma ótima acústica e assentos confortáveis. Depois de tirar algumas fotos ali pelo parque onde há um auditório memorial de guerra, fui passar o tempo em um local para fazer um lanche. Não me lembro por que cargas d’água, fui até um mercado local, acho que foi para trocar uma nota e pagar o que eu tinha consumido. Acabei comprando um pacote de açúcar e outro de café, só para ter trocado e facilitar para pagar o taxi de volta para Miami. Enfiei tudo dentro da bolsa e fui para a fila da entrada do teatro. Guarda essa informação, rs.
Parker Playhouse
Quando entrei, fiquei meio surpresa e falei comigo mesma: um show de rock com as pessoas sentadas… Foi diferente, visto que o público era na faixa dos sessenta, setenta anos, galera que curtiu muito a juventude ouvindo The Alan Parsons Project ainda na época que eles tocavam progressiva. Eu, particularmente, comecei a gostar do som deles no começo da década de 80, quando já estavam mais na onda pop, lá pelos meus 8 anos de idade. Sim, cresci ouvindo esses gênios musicais! Ainda bem!
Quando ele entrou no palco, veio lentamente, meio capenga, por causa de um problema no joelho ou na coluna, com um terno azulado meio escuro e cintilante. Do nada, achei alguma semelhança com o lendário e saudoso Barry White, só aparentemente, vagamente, sei lá. Mas, no quesito da voz, não tem nada a ver um com o outro.
Não lembro a música de abertura, mas a última no bis, já esperávamos que fosse Sirius e Eye in The Sky, a dobradinha perfeita, como nos grandes concertos que fizeram. Foi um dos melhores momentos do show, quando enfim, o povo resolveu se levantar, bater palmas e chacoalhar o corpo. Eu ali me contendo o show inteiro, querendo interagir, gritar, levantar e dançar. Não que o pessoal estivesse com cara de paissagem, mas foi assim. Muito diferente do show do Steve Vai, que rolou ali em Fort Lauderdale, mas foi em um pub onde ficamos em pé e tal.
Na verdade, Alan Parsons é o que encabeça a banda inglesa, cujo nome mesmo é The Alan Parsons Project, na época em que começou era uma dupla e ele ficou com os direitos autorais. Também mixou álbuns dos Beatles e do Pink Floyd. O cara é fera! Ele toca guitarra e teclado e canta, mas outros cantores já performaram ao longo dessas décadas. O vocalista americano P. J. Olsson, que está na banda faz tempo, deu uma gafe que eu fiquei até com pena, entrou errado em uma música, acho que foi Time (olha o trocadilho, rs) No final do show eles todos deram as mãos e levantaram os braços em agradecimento, aquelas coisas que os artistas fazem no palco e o P.J. acho que ficou com vergonha de ter errado ou esperava uma bronca do Alan no camarim, e não foi se juntar a eles, mas o Alan o chamou, ele não queria ir mas acabou indo. A foto não está nítida, não dá pra ver direito.
Eis que o show chega ao fim e fomos para a fila para a sessão de autógrafos. Acabei comprando uma blusinha na área montada para o evento. Eu estava realmente, nervosa, caraca, ia falar com mais um gênio da música, ídolo da minha infância (o outro que apertei a mão e falei em outro show foi o Steve Vai, também fera e mago da guitarra).
De frente para o Alan que estava sentado, eu apertei sua mão e disse o quanto estava emocionada e honrada por aquele momento e que era o primeiro concerto deles que tinha ido na vida. Ele agradeceu, perguntou de onde eu era, eu disse que morava em Miami, mas originalmente era do Brasil. Daí ele solta um, “Oh, yeah! já fizemos shows no Brasil” e que gostavam do povo brasileiro. Pedi para ele autografar a bolsa em forma de guitarra, uma que eu tinha comprado no Hard Rock, ele gostou dela e assim o fez. Daí o título desse artigo – Alan Parsons nem imaginava o que tinha dentro da minha bolsa quando a autografou, rs.
Difícil ter uma música favorita… Pra mim, todas são especiais, cada uma marcando um momento da minha vida. Para quem não se lembra de alguma, vou deixar aqui o link de um vídeo de um show com as músicas Sirius e Eye in the Sky, aquelas que eu falei que foram no bis do show. Enjoy! Mas, é para ouvir no volume máximo, ok?
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