É… o tempo voa mesmo. E lá se vão seis anos que eu desembarcava no aeroporto Internacional de Miami mais uma vez.
Quem segue o nosso trabalho no canal Vamu Ver! no YouTube, já conhece a minha trajetória. Para quem ainda não, eu sou Cristina Maya nascida e criada no Rio de Janeiro, sou licendiada em língua portuguesa e inglesa, estudei e morei nos Estados Unidos e atualmente, moro em Portugal.
A primeira vez que visitei os Estados Unidos foi em 2007, fui com o visto de turista e fiz um curso de aperfeiçoamento na língua inglesa no CCLS em Miami. Naquela época era possível ir com visto de turista e fazer algum curso rápido, hoje em dia para estudar precisa do visto F1.
Lembro do dia em que fui até o Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro para a entrevista, com um catatau de documentos para pedir o visto de turista. Estava munida de todos os documento que comprovasse vínculo com o Brasil, a escritura da minha casa em meu nome, comprovante de que eu era uma universitária, comprovante de que eu lecionava inglês em duas instituições, meus rendimentos através de imposto de renda, contracheques e outros que nem lembro mais.
A recomendação de todos era “leve o maior número de documentos, para apresentar, caso seja questionada”. Após preencher o formulário online, agendei a entrevista e lá fui eu.
Não podemos entrar no Consulado Americano portando celulares, tablets, laptops, nada, absolutamente nada que faça algum tipo de comunicação externa. Havia um quiosque em frente ao prédio onde as pessoas, incluisve eu, deixamos esses aparelhos e pagamos por isso.
Lembro que havia várias pessoas no salão, todas apreensivas e ansiosas para a tal entrevista. Eram umas três ou quatro cabines blindadas, uma ao lado da outra, onde os funcionários sentados de frente para o computador, já têm todos os dados do solicitante e questionam, aleatoriamente.
Quando eu estava para ser chamada, uma mãe com um filho menor, terminou a entrevista e já se encaminhavam para a saída, quando alguém a abordou e perguntou “Mas, já? E aí?” e ela arrasada, respondeu “negado!” E todos ficamos boquiabertos. Segundo ela, o sonho do seu filho de conhecer a Disney tinha sido ceifado e em algumas palavras, fez a sua crítica.
Aí eu pensei “lascou!” Vão negar o meu também, se eu “cair” nesse funcionário. Daqui a pouco, eu ouço com aquele sotaque de gringo “Mrs. Guimarães” e pensei, “manda ver, Cristina, faz o seu melhor!” Cumprimentos e tal, já não lembro a ordem das perguntas, mas o funcionário perguntou o que eu fazia no Brasil e respondi que era professora de língua inglesa, a partir daí ele, alegremente prosseguiu com as perguntas em inglês (eu com medo de esquecer tudo e só lembrar da frase THE BOOK IS ON THE TABLE! )
Falei que lecionava em um colégio particular, em uma escola de idiomas e também era voluntária de um programa para crianças carentes, falei do meu orçamento financeiro, sempre respondendo ao que ele perguntava de forma OBJETIVA e DIRETA, no american way, nada de embromation. Por último perguntou por quanto tempo eu ficaria nos EUA e respondi, por quinze dias, época das férias escolares no Brasil.
Segundos depois, após verificar meus documentos e sempre estar olhando para a tela do computador, o agente falou em inglês, “parabéns, o seu visto foi aprovado” Minha vontade era de gritar de alegria! Já não lembro o tempo que fui buscar o passaporte que ficou retido para o visto ser estampado.
Há indeferimentos, como no caso da mãe e do filho que citei, não sabemos os motivos, eles não informam, mas além dos vínculos familaires, de estudo, de trabalho, e principalmente, o aplicante do visto tem de deixar BEM claro que NÃO PRETENDE IMIGRAR, que via TURISTAR, viajar a turismo, exatamente, a finalidade do visto B2, que é turismo, já o B1 é para negócios, dentro do prazo de até seis meses corridos.
Fiquei tão encantada com os Estados Unidos, mas tão encantada que ao retornar ao Brasil, terminei a minha graduação e posteriormente em 2010, resolvi pedir o visto de estudante, o F1. Mas, esse é um tema para outro post.
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