Alguns não entenderam o ‘entra e sai’ do maestro Fabio Mechetti várias vezes do palco, como as duas moças brasileiras na fileira atrás de mim, pelo visto, foi a primeira vez que foram a um concerto clássico. Sob aplausos duradouros e gritos de ‘Bravo!’ a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais deixou o palco do Centro Cultural de Belém no dia 8 de setembro.
Aqui na Europa, é muito comum esse ‘entra e sai’ do regente de uma orquestra, dos músicos em algum espetáculo, de atores em peças teatrais, quando os aplausos duram mais de cinco minutos. É cultural, diferente do Brasil e de outros países.
Em mais ou menos duas horas de concerto com uma pausa de alguns minutos, a orquestra iniciou a apresentação com o Hino Nacional Brasileiro seguido pelo Hino Nacional de Portugal com toda a plateia de pé.
Naquela viagem musical, onde os pensamentos vagavam pela minha cabeça de uma apreciadora e leiga de música clássica, contemplei cada detalhe de cada instrumento, de cada músico ao tocar, cada um com a sua peculiaridade, puxa, como eu gosto disso!
Inevitável não lembrar do programa da rádio brasileira A Voz do Brasil, quando na abertura tocava um trecho da obra O Guarani do compositor Carlos Gomes. Inevitável não perceber as meias vermelhas do pianista Jean-Loius Steuerman em contraste com o preto do sapato e da vestimenta. Inevitável não perceber mesmo de longe a beleza do timpanista venezuelano Hilvic González.
“A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em constante aprimoramento, cumpre o papel de difusora da música erudita na diversidade de sua atuação em óperas, concertos e apresentações na capital e interior do Estado.”
Eu tive a honra de entrevistar o músico e maestro brasileiro João Maurício Galindo. Galindo que é ítalo-brasileiro conta em um bate-papo bem descontraído o motivo pelo qual escolheu morar em Portugal. O vídeo está disponível no canal Vamu Ver! DOCS.
Mesmo que você não curta música erudita, sugiro que vá a algum concerto para apreciar como é espetacular ver ao vivo uma orquestra tocando. Depois você me conta.
