Foi nesse palácio em Lisboa onde nasceu e morreu Dom Pedro I, o imperador do Brasil que aqui em Portugal era Dom Pedro IV
A palestra que assistimos foi justamente aqui, no Palácio Nacional de Queluz onde nasceu e morreu Dom Pedro I, que aqui em Portugal era Dom Pedro IV.
Começamos o tour, estrategicamente pela entrada onde há a capela onde Dom Pedro I foi batizado, em seguida fomos para a sala de música onde começou a explanação da investigadora Cláudia Thomé Witte.
A familia real portuguesa chegou ao Brasil com a corte devido às ameaças de invasão por parte Napoleão Bonaparte. Um dado interessante na vida de Dom Pedro I, era que ele não estava destinado a ficar no Brasil, a intenção era apenas ficarem um tempo até “a poeira assentar” e depois retornarem a Portugal, onde ele assumiria o reinado após a morte de Dom João VI. Mas, os ventos sopraram de forma diferente…
Dom Pedro I chegou ao Brasil com sua família aos 9 anos de idade, onde viveu a maior parte da sua vida. Aos 32 anos, ele abdicou e voltou para Portugal. Já aos 34 anos, doente, pediu para que preparassem o quarto onde ele havia nascido, pois sabia que iria partir e ali na mesma cama onde sua mãe deu à luz, Dom Pedro I fechou o seu ciclo de vida.
Analogia da gravura
E por falar em ciclo de vida, a investigadora Cláudia Witte fez uma analogia do episódio de saída da família real portuguesa com o tema dessa gravura abaixo com a cena da saída de Troia.
Durante os dois meses de travessia de Portugal para o Brasil com as embarcações, Dom Pedro aos 9 anos de idade tem o Frei António de Arrábida com a incumbência de ser o seu preceptor, tornando-se responsável por D. Pedro e por seus estudos no Brasil. Um ofício que exigiu muito emprenho do frei, já que Pedro era uma criança muito ativa.
Foi, estrategicamente escolhido então, o livro A Eneida para atrair a atenção daquele menino inquieto. O cenário é a Grécia antiga, onde chega um cavalo com muitos guerreiros prontos ao massacre e à tomada da região, o que fez que a família real de Troia fugisse. Na gravura abaixo, Eneias carrega o seu pai em fuga de Troia, juntamente com a sua esposa e o seu filho, Ascânio, cuja idade era aproximadamente a de Dom Pedro.
Na mitologia, Eneias foi aconselhado pelos Deuses a deixar Troia, assim como Dom João VI foi aconselhado a deixar Portugal, ambos para salvar as suas famílias. Ascânio retorna e então, funda Roma. Enquanto Dom Pedro, se torna imperador do Brasil e seu pai retorna a Portugal.
Gravura com a cena da saída de Troia
Palácio de Queluz
A família real portuguesa que viveu no centro de Lisboa até o devastador terremoto de 1755, mudou-se para o Palácio Nacional da Ajuda, onde morou por 40 anos. Devido a um incêndio, vieram para o Palácio de Queluz, um dos palácios da família, tornando portanto, o palácio oficial.
A caminho da sala dos embaixadores, onde aconteceu a segunda e última explanação da investigadora, passamos por vários cômodos ao longo do palácio.
Quarto Dom Quixote
E por fim, visitamos o aposento chamado Quarto D. Quixote, onde Dom Pedro I nasceu e morreu aqui no palácio. Infelizmente, o quarto originalmente com a mobília e tudo o que havia nele foi perdido em um incêncio. O que vemos hoje, é uma reconstrução do que era na época.
“Este é o quarto de aparato mais conhecido do palácio, onde nasceram sete dos nove filhos de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Um deles, o Infante D. Pedro – primeiro Imperador do Brasil e Rei de Portugal – morreria aqui precocemente, aos 35 anos de idade, vítima de tuberculose.”
Parques de Sintra
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